sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Light Fifty

Olá Senhores;

Hoje novamente a pedido do meu amigo e spotter, callsign Destro, postarei uma pequena matéria sobre o Heavy Special Application Scoped Rifle, ou para os íntimos Light Fifty, o Rifle Semi-Automático Anti-Material M82A1.


A Barrett Firearms Manufacturing foi fundada por Ronnie Barrett com o propósito de criar rifles semi-automáticos no poderoso calibre 12.7x99mm NATO (.50 BMG) que inicialmente era usado na M2 Browning machinegun. Barrett então começou seus trabalhos em meados dos anos 80, e o primeiro rifle estava disponível em 1982, o designado M82. Continuando o trabalho ininterrupto, Barrett desenvolveu o aprimorado M82A1 em 1986.
Seu primeiro sucesso militar foi em 1989 com a venda de 100 unidades para o Exército Sueco. Em 1990 as Forças Armadas Americanas compraram um número significativo de rifles durante as operações Desert Shield e Desert Storm, no Kuwait e no Iraque. Cerca de 125 unidades foram adquiridas pelo US Marine Corps e logo mais rifles foram ordenados para o US Army e para a US Air Force.
Até os dias de hoje o M82A1 vem sendo usado com desempenho satisfatório como SASR ou Special Application Scoped Rifle, designado como rifle anti-material e ferramenta de EOD (explosive ordnance disposal).
O alcance eficaz é de 1,500 metros (máximo 3800m) com precisão e poder contra alvos como cabines de radar, veículos, aviões em solo, bunkers, edificações e blindados. Com munição efetiva como a API (armor-piercing shell) e Raufoss Mk.211.
O último modelo da família M82 é o M82A1M, ou M82A3 que foi comprado em grande número pelo US Marine Corps, a diferença do M82A3 é o grande Picatinny rail em toda a extensão de seu corpo, que permite o uso de variados tipos de lunetas e dispositivos de mira, também conta com um monopé  em sua coronha, que ajuda muito nos tiros de posição pronada.
O rifle M82 é usada por várias forças militares e policiais em mais de 30 países, como o Brasil, Bélgica, Dinamarca, Chile, Israel, Reino Unido, entre outros.
No Brasil são usados rifles M82A1 com munição 12,7 × 99mm, pelos Comandos do Exército Brasileiro.


Especificações:

- Emprego: anti-material (cabines de GE, bunkers, viaturas blindadas, tropa, etc).
- Alcance eficaz: 1500m~1800m / máximo: 3800m
- Calibre: .50 (munição especial – Lapua HAUFOSS NMTP 140/160 ou Lapua HAUFOSS 12,7mm x 99 SG e SGT)
- Fabricação: USA
- Em serviço: 1989~presente
- Designer: Ronnie Barrett
- Inicio de projeto: 1980
- Variantes: M82A1, M82A1A, M82A1M, M82A2, M82A3, M107
- Carregador: 10 tiros
- Peso: 13.5 kg
- Tamanho: 122 cm
- Velocidade de saída do projétil: 853 m/s
- Vida útil do cano: 3000 tiros
- Preço inicial: $8,900.00 Dolares

Vídeo:
.50 cal Barret sniper rifle fired in Iraq

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O Sniper e seu Objetivo Primário

Olá mais uma vez senhores;

Venho observando que devido aos jogos de guerra os civis têm uma visão destorcida dos famosos Snipers, Atiradores de Elite ou Atiradores de Precisão.

 O objetivo do Atirador nesses jogos é matar todos que passam na frente de sua luneta, o que não condiz nem um pouco com a realidade. Em natureza policial o Sniper tem o dever de Observar,ou seja, passar todo tipo de informação para seus companheiros, Proteger seus companheiros, as vítimas ou reféns dos perpetradores e dependendo da situação o próprio perpetrador pode ser protegido, e Neutralizar que se levado ao pé da letra, no latim tollere, não significa matar, e sim garantir que a agressão cesse de imediato, causando o menor dano possível para a situação.

Mas hoje irei direcionar a matéria para o observar, o objetivo primário de um Sniper.


Através do aparelho ótico de pontaria ou luneta, o Sniper, valendo-se de técnicas de camuflagem e, ainda, de conhecimentos sobre posicionamento no terreno, observa o teatro de operações como ninguém. É ele quem alimenta a cadeia de comando com dados acerca dos perpetradores do crime ou posicionamento de soldados e veículos inimigos, assim como o armamento utilizado, distribuição e planta do loca, seja em uma edificação, uma aeronave, vila ou qualquer outro ambiente. Um bom atirador de precisão é, acima de tudo, um bom observador do cenário. Contudo, observar somente é pouco. Saber passar as informações também é de grande importância. Qualquer educador sabe que a comunicação não é o que se fala, é o que se entende. E a transmissão da informação deve ser feita de maneira rápida (princípio da oportunidade), concisa, precisa e direta, sem rodeios, atentando-se sempre para a racionalidade. O atirador não pode ser contaminado pela paixão. Isso é muito difícil, porém fundamental. E somente poderá ser alcançado com um alto grau de conhecimento técnico, treinamento e concentração.

O conhecimento das armas, munições, tipos de explosivos e equipamentos é tarefa precípua, com isso o atirador vai munir o agente da crise ou posto de comando com informações na mesma posição, preso ao universo de sua luneta propicia. Desse universo restrito, contudo, ninguém sabe mais do que o Sniper. Essa determinação pode ser chamada de foco. O atirador tem que identificar e manter seu foco o tempo todo, pois aquilo que você foca se expande. Essa é a chave que explica o poder da concentração. Quando você se concentra, direciona todas as energias para só um ponto e vai diretamente para ele, sem perder tempo, mantendo seu foco.


Pudemos ver então como é importante para o atirador manter a racionalidade, não se deixando influenciar por emoções que venham provocar uma tomada de decisão equivocada.
Vamos agora a um breve comentário sobre a abordagem cientifica da função observação. Primeiramente, a divisão, que nada mais é do que uma aplicação direta do princípio da simplicidade. O cérebro humano tem dificuldades de processar várias informações ao mesmo tempo. O problema se agrava quando adicionamos ao sistema o ingrediente estresse e quando a tarefa a ser executada seja naturalmente complexa, como é executar um tiro de precisão sob as mais variadas condições. Nesse caso, a divisão consiste em, literalmente, fragmentar o fato observando em tantas partes quanto forem possíveis, em ordem de complexidade e em escala crescente de prescindibilidade.

Na sequência, logo após a divisão e classificação do fato observado vem a síntese, que nada mais é do que a decodificação, seguida de uma simplificação na linguagem e posterior recodificação do fato a ser analisado, em linguagem inteligível e prática.

Posteriormente, dá-se a análise propriamente dita do fato previamente “esmiuçado”. Nesse ponto, faz-se mister que o atirador se desvencilhe de toda e qualquer espécie de preconceito ou paixão. Aliás, como já disse, paixão e Sniper são nomes que não combinam. A palavra paixão vem do radical grego pasos, e do latim patione, que significa sofrer, adoecer. Quando se deixa levar pela paixão o Ser Humano deixa de lado a racionalidade e abre espaço para a emoção. Via de regra,o resultado dessa substituição no ambiente policial ou militar é o erro.

Finalmente, após sua análise racional, de nada adiantaria perder-se por falta de organização das idéias. Aqui, o pensamento cartesiano busca guarida na filosofia aristotélica. Partimos, assim, para a organização das idéias previamente divididas, simplificadas e estudadas. Ao enumerarmos, fazemos uma escala cronológica que vai sendo executada em tempo real. Todo processo não leva mais que décimos de segundos para que ocorra, desde que haja treinamento para isto. Significa dizer que ao contrário do que pensam, o Sniper toma decisões sim e as deve tomar com uma rapidez gigantesca sem que se perca em nada a precisão, foco final da atividade.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

À Pátria, a vida. Ao DPF, o COT.

Olá mais uma vez senhores,

Depois de alguns problemas no computador e do feriado de carnaval estou de volta, e para me redimir da ausência vou postar uma matéria sobre o grupo especial que está no meu coração, o COT (Comando de Operações Táticas da Polícia Federal).

Postarei aqui hoje um pouco sobre a história do COT e algumas curiosidades.
Espero que aproveitem bem a leitura!


A idéia de criar um grupo de operações especiais no Departamento de Polícia Federal surgiu em 1983, quando uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, responsável por apurar atos de terrorismo no país e preocupada com a evolução destas ações, recomendou ao Ministério da Justiça a especialização de um grupo de policiais federais no combate aos crimes dessas natureza. A maior preocupação era com incidentes envolvendo seqüestro de aeronave e atentados a bomba.

     No ano seguinte, a direção da Policia Federal, baseada na determinação do Ministério da Justiça, realizou estudos visando à criação desse grupo especial e incumbiu o Coordenador Central de Polícia (atualmente correspondente ao cargo de Diretor Executivo), o Delegado de Polícia Federal Raimundo Cardoso da Costa Mariz, da implantação do grupo especial. Naquele ano, foi apresentado ao Delegado Mariz um projeto preliminar de grupo tático, confeccionado pelo Agente de Polícia Federal Evandro Carnaval Barroso. Em 1986, Alberto Coury Junior uniu-se ao projeto. Decorrido um ano, em 1987, o projeto foi apresentado oficialmente pelo APF Evandro e começou a ser implantado. No projeto, estavam previstos os fundamentos do recrutamento de seus membros e do funcionamento dos cursos de formação. Juntaram-se ao grupo inicial os Agentes de Polícia Federal Nelson José da Silva Nascimento e Antônio Queiroz.
    Assim foi constituído o denominado Comando de Operações Táticas (COT). Ainda sem sede, a equipe foi instalada em uma sala da Divisão de Polícia Fazendária, no Edifício Sede do Departamento de Polícia Federal (DPF) em Brasília/DF

    Em 1988, um croqui contendo um desenho preliminar da sede do COT foi entregue ao Departamento de Engenharia do DPF. Naquele ano, juntaram-se ao grupo os Agentes de Polícia Federal Washington Avelino de Souza e Nolsen Brito da Silva, sendo que este permaneceu nesse Comando até sua aposentadoria e serve como fonte de conhecimento até os dias atuais. Também se juntaram ao grupo o Papiloscopista Policial Federal Marcus Vinícius Filgueiras de Almeida, os Agentes Luiz Augusto Carvalho, Carlos Alberto Machado – que continuou no grupo até sua aposentadoria, Leandro Tedoldi Moreira Lopes – Atualmente chefe de equipe no COT, o Delegado de Polícia Federal Celso Aparecido Soares e o Perito Criminal Federal Ângelo Oliveira Saligmac.

    Em 1989, o primeiro coordenador do Comando foi o Delegado de Polícia Federal Carlos Bernardes Mendes, sucedido, após aposentadoria pelo Delegado de Polícia Federal Daniel Gomes Sampaio que atuou como coordenador até o ano de 2004. Juntaram-se ao grupo o então Agente de Polícia Federal, atualmente Delegado, Daniel Lorenz Azevedo, o Escrivão de Polícia Federal Walberlino de Jesus Carvalho (in memorian), e o Agente de Polícia Federal Luiz Wangles Martins Conde.

    Somente em março de 1990 o COT passou a fazer parte do organograma oficial do Departamento de Polícia Federal, sofrendo enormes dificuldades e preconceitos até se firmar como um dos mais preparados grupos policiais de operações especiais do mundo. Ainda nesse ano, ingressaram no COT os Agentes Marcos Ferreira dos Santos, atualmente Delegado de Polícia Federal e chefe de Operações, José Barbosa Sobrinho, agora chefe de equipe do COT, Davi Soares dos Santos, além do Escrivão de Polícia Federal Márcio Gomes Santana.

    Em 1993 Passaram a integrar os quadris do COT o Agente Van Dyck Oliveira e o Escrivão Luzenir Cavagnac Ribeiro, ambos operando até hoje no grupo. No mesmo ano ainda ingressaram os Agentes Júlio Gomes de Carvalho, Sérgio Rodrigues Albuquerque (in memorian) e Walter Paulo Schimocoski.
    Sua sede foi construída no Setor Policial Sul, em Brasília/DF, junto à Superintendência da Polícia Federal do DF. Ocupa uma área de aproximadamente 40.000 metros quadrados, com infraestrutura completa. Recentemente recebeu a aprovação para a construção do novo complexo de edificações, incluindo até um tanque de mergulho e uma cidade cenográfica.

    Os policiais receberam treinamento de alguns dos melhores grupos internacionais de operações, como o GSG9 da Alemanha. Ao longo dos anos, seus integrantes desenvolveram doutrinas próprias em diversas áreas, derivadas, essencialmente, desse intercâmbio e adaptada à realidade do nosso país. Desses conhecimentos e doutrinas, unidos à experiência adquirida nas várias operações executadas por esse Comando, surgiram diversos cursos, inclusive ministrados a outras instituições de segurança pública e forças militares, nacionais e internacionais. Dentre eles, podemos citar o Curso de Operações Táticas e o Curso de Atiradores de Precisão Policial.


    O COT utiliza moderno armamento que inclui pistolas Glock no calibre 9mm, submetralhadoras HK MP5 SD (supressor de ruídos) no calibre 9mm, submetralhadoras HK MP5 A5 no calibre 9mm, fuzis de assalto Colt M16 A2, HK G36 e Colt M4 todos estes calibre 5,56mm, espingardas Franchi SPAS 12 calibre 12, metralhadora Colt M16 A2 LMG (Light Machine Gun)  no calibre 5,56x45mm (.223 Remington), Fuzis de precisão Remington 700, HK PSG1 e HK MSG 90 no calibre 7.62mmx51mm (.308 Winchester) e Fuzis de precisão Sig Sauer Tactica II no calibre 7.62 intercambiável para o calibre 8,58x70mm (.308 Lapua Magnum). Dispõe, também, de vários armamentos específicos, de diversos calibres, para testes ou missões especiais.

    Possui, ainda, outros equipamentos que auxiliam nas missões, como visores noturnos, visores termais, binóculos, lunetas, material para arrombamento, material de alpinismo, explosivos e materiais afins, capacetes balísticos, escudos balísticos, equipamentos de controle de distúrbio civil, barcos infláveis de assalto com motores de popa, entre outros.

    Para o deslocamento conta com aviões e helicópteros do CAOP (Coordenação de Aviação Operacional do DPF), ônibus adaptados para funcionar como gabinete móvel de gerenciamento de crises, caminhões para transporte de equipamentos, micro-ônibus, vans, viaturas off-road, viaturas blindadas e motos.

    Utilizando-se do trinômio homem, treinamento e equipamento, vem desempenhando missões dos mais variados tipos em todo país. Em mais de vinte anos de operações, duas coisas são destaque: nunca deixou de cumpri uma missão e nunca perdeu um homem em combate, demonstrando o profissionalismo e a eficiência do grupo.

O símbolo e o lema

A Águia segurando o fuzil (um Colt M16 701 com lançador de granadas m203) é o símbolo do Comando de Operações Táticas. De acordo com a heráldica, a águia simboliza o apoio aéreo, a força, a garra, a inteligência e o espírito de luta do grupo. O fuzil representa a técnica, a tática e os equipamentos empregados.
O idealizador do símbolo, o APF Evandro, transpôs a imagem de uma águia encontrada em uma caixa de munição americana, juntando com a imagem de um fuzil Colt M16 com lançador de granadas de uma revista de armas, formando o que é hoje o símbolo do COT.

A águia foi escolhida, ainda, por ser o único animal que enfrenta tempestades para caçar, não recuando perante as adversidades. Ela vai de encontro a elas, no olho do furação. Assim também é o COT. Não existe missão fácil ou difícil. Existe missão cumprida. Tenha certeza: ele vai onde for necessário, em qualquer lugar; com os recursos que estiverem disponíveis, a qualquer hora; e só retorna com sua missão cumprida, qualquer missão. Em resumo, esta frase representa muito bem o que é o grupo: “A qualquer hora, em qualquer lugar, para qualquer missão”.

O lema retrata bem a realização deste sonho e a força do grupo: “À Pátria, a vida. Ao DPF, o COT.”

domingo, 7 de fevereiro de 2010

We Have a Problem

Bom senhores e senhoritas,
Venho aqui hoje para informar que estou enfrentando alguns problemas no meu computador e, na correria para tentar resolve-los e também pela volta das aulas na faculdade, estarei sem tempo por alguns dias para postar aqui novas matérias, porém, muito em breve estarei de volta com muitas matérias interessantes para vocês.  
Agradeço a todos aqueles que nos fóruns que freqüento e que por aqui também elogiaram o blog e as matérias, e garanto que não vão se decepcionar com as futuras matérias.
Para os que ficam, em nível de curiosidade, nossa oração, oração das Forças Especiais.


“Oh Poderoso Deus!
Que és o autor da liberdade e o campeão dos oprimidos,
Escutai a nossa prece!
Nós, os homens das Forças Especiais
Reconhecemos a nossa dependência no Senhor
Na preservação da liberdade humana;
Estejais conosco, quando procurarmos defender os indefesos e libertar os escravizados!
Possamos sempre lembrar, que nossa nação, cujo lema é :
‘Ordem e Progresso’
Espera que cumpramos com nosso dever,
Por nós próprios, com honra,
E que nunca envergonharemos a nossa fé, nossas famílias ou nossos camaradas,
Dai-nos sabedoria da tua mente,
A coragem de seu coração,
A força de seus braços e a proteção das suas mãos.
É pelo Senhor que nós combatemos
E a ti pertence os louros por nossa vitória.
Pois teu é o Reino, o Poder e a Glória para sempre,
Amém!”

Até a volta!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Entradas Táticas

A matéria que escrevi e hoje estou postando aqui é sobre entradas táticas e esta foi um pedido de um grande companheiro, também competente spotter, de callsign “Destro”.
Como é uma área vasta, onde cada tipo de situação requer um tipo de entrada e cada grupo de operações especiais tem sua técnica própria, vou apenas descrever aqui as técnicas que eu acho mais eficiente.
Assim como meu amigo “Destro” fez, estejam à vontade para requisitar alguma matéria que farei o possível para agradá-los com bom material.    


Mas dando inicio aqui a nossa nova matéria vamos falar um pouco sobre as entradas táticas.
A entrada tática ocorre em várias situações tais como o assalto do recinto quando as negociações não têm bom andamento, invasão de local perante suspeita e em investigação (mandado de busca e apreensão), captura de suspeito, etc.
Um fator importante na entrada tática é o movimento dos operadores, este deve ser feito em passes curtos, postura firme, base estável e sempre em uma velocidade constante, devagar para aproximação, mediana para corredores e vielas e rápida para invasão.
Lembrando que tudo que eu vou escrever aqui hoje são em termos gerais, porém, cada caso é um caso e ai cabe a flexibilidade do grupo.


- Aproximação e arrombamentos.
Parte vital da operação é a aproximação e o arrombamento, uma falha em um desses setores e toda a operação pode ir água abaixo.
A aproximação deve ser sutil, devagar, com cuidado e sempre que possível discretamente. Pode ser feita a pé, andando cuidadosamente pelas sobras ou pela mata, pode ser feita por um veículo “camuflado” como uma van sem marcação, entre outras possibilidades para não perder o efeito surpresa.
No arrombamento algumas ferramentas são usadas para que essa etapa ocorra com êxito, são elas:

Entry RAM: equipamento pesado de alta resistência usado para chocar-se contra a porta.

Hooligan tool: lembra um pé de cabra, porém na outra ponta tem um gancho para quebrar janelas e arrancar cortinas.

Breaching slug: Munição de calibre 12 usada para quebrar trancas de portas.

Explosive breaching:  São usadas pequenas cargas de explosivo par detonar a porta ou a tranca.

Thermal Breaching: Usado para arrombar barreiras de metal, um equipamento é usado para fazer cortes exotérmicos, que rapidamente podem cortar o metal.

É também muito usado um cabo de alta resistência amarrado no veículo do grupo e com a outra ponta amarrada em grades nas janelas ou portas para que, com a movimentação do veículo, estas sejam arrancadas.

- Entradas Dinâmicas.
Em ambientes internos os riscos são enormes, geralmente não se tem a planta local, a cobertura é quase nula, o espaço nos cômodos são pequenos para a movimentação e a possibilidade de emboscada é grande já que temos a visibilidade diminuída por obstáculos como muros, paredes, portas, móveis e todos os outros objetos encontrados em residências.
Devido a essas dificuldades os operadores devem estar extremamente condicionados a tal ambiente de ação, treinando até a exaustão e confiando sempre em seu par.
Os grupos especiais sempre invadem recintos em números pares, isso por que se existir um impar este ficara sem cobertura de um par, vejam nas imagens abaixo como é uma invasão de cômodo: (Feita por 4 pessoas para uma varredura minuciosa, mas pode ser feita por 2 em uma varredura mais rápida)

1º  Passo “Stack UP”: Os membros ficam enfileirados ou até mesmo 2 de um lado e 2 de outro da porta.

2º Passo: Os operadores 1 e 2 entram quase ao mesmo tempo checando os quadrantes 3 e 4 do cômodo e depois tomam posição nos quadrantes 1 e 2.

3º Passo: Logo atrás os operadores 3 e 4 passam diretamente para os quadrantes 3 e 4.

Lembrando então, operador 1 entra e toma o primeiro quadrante a esquerda, operador 2 entra e toma o primeiro quadrante a direita, operador 3 entra e toma o segundo quadrante a esquerda, operador 4 entra e toma o segundo quadrante a direita.
Para facilitar a invasão os operadores contam com Flashbangs, granadas de luz e som que desestabilizam física e moralmente o oponente, granadas de gás que se inaladas causam ardência nos olhos, irritação no nariz e na garganta, causando grande desconforto ao oponente, less lethal grenades que na explosão arremessam fragmentos de borracha, causando desestabilização física e moral no oponente.


- Resgate de Reféns.
A parte mais crítica da missão é o resgate de reféns, eu particularmente prefiro que nesse tipo de operação, em caso de falha nas negociações, seja feito uso de tiro de precisão (Sniper) para uma conclusão mais rápida e segura para todos, porém, se contarmos com muitos reféns e suspeitos a invasão de assalto é eminente, e deve ser feita com muito cuidado, fazendo o uso de todos os artifícios do arsenal do grupo, como as flashbangs e o uso das granadas de gás.
Lembrando que a ordem de prioridades de vida é refém, operador e suspeito.
Algumas precauções são tomadas sempre, mas em caso de reféns reforçadas, são elas:
1 - Armas sempre no semi-automático, 2 tiros por suspeito se necessário.
2 - Sempre em movimento as armas devem estar em “posição sul” como na foto abaixo.

- Suspeito Barricado.
Os casos de suspeitos barricados são dos mais complicados, pois as motivações são das mais variadas, pode ser por problemas sentimentais, mentais, de ordem de desespero, dentre outras.
Nesses casos a vida do suspeito deve ser mantida até a última razão se não houver risco a terceiros, portanto o trabalho do negociador é de vital importância.
A granada de gás como artifício pós-negociação geralmente resolve e o suspeito se entrega.


- Imobilizações Táticas.
Após a invasão usando de flashbangs, granadas de gás ou less lethal grenades o operador ira ver o suspeito que devido ao efeito destas granadas estará impossibilitado de revidar fogo, portanto não é necessário efetuar disparos.
Nesses casos eu acho eficiente uma técnica de Krav Magá (Defesa pessoal do exército de Israel) que com sua própria arma em movimento de meia lua para cima acerta com a coronha o queixo do suspeito, depois em voltando a meia lua para baixo o acerta com o cano da arma na cabeça e então em um movimento retilíneo termina acertando o suspeito com o cano da arma na barriga, fazendo com que esse caia no chão totalmente sem possibilidade de reação, facilitando o trabalho do operador em algemar o suspeito.

- Armamento.
Vou listar aqui alguns equipamentos que são usados em todo o mundo para operações de invasão.
- Colt M4, calibre 5.56x45mm NATO.
- Heckler & Koch MP5 SD, calibre 9x19mm Luger.
- Heckler & Koch G36 C, calibre 5.56x45mm NATO.
- FN P90, calibre 5.7 x 28 mm.
- Franchi SPAS-12, calibre 12.
- Benelli M4 Super 90, calibre 12.
- Heckler & Koch UMP45, calibre .45 ACP.
- Steyr AUG, calibre 5,56 mm NATO.
- Heckler & Koch MK23, calibre .45 ACP.
- Glock 17, calibre 9x19mm Parabellum.

Um vídeo muito interessante sobre alguns fatores das Entrada Táticas 

Espero ter esclarecido suas dúvidas Destro, e qualquer outra dúvida basta entrar em contato.
E se vocês tiverem alguma dúvida ou pedido de matéria também por favor entrem em contato!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Operadores Especiais

 

 
Para que todos possam entender mais facilmente sobre o assunto tratado neste blog  farei uma pequena introdução sobre os Operadores Especiais.
O termo Operações Especiais vem do conceito ULTIMA RATIO, que em latim significa última razão ou última resposta quando as situações são extremas e os riscos elevados.

Origens.
Desde os primórdios líderes ou chefes de qualquer organização utilizam grupos treinados para realização de missões de natureza especial. É possível citar passagens que comprovam esse fato, mais especificamente em operações de natureza militar.
Em “A Ilíada” de Homero  temos a história do cavalo de tróia, ocorrida por volta de 1200 a.C., onde um pequeno grupo de soldados gregos conseguem dentro de um cavalo de madeira penetrar e tomar Tróia.
Por volta de 400 a.C. os Espartanos realizavam ações de comandos contra seus inimigos, tendo homens infiltrados causando muita destruição.
Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) existiram também pequenos grupos que, por meio de infiltrações junto ás linhas inimigas, causaram prejuízos desproporcionais ao seu tamanho.
Porém, na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) que o termo “comandos” passou a ser mais utilizado para denominar grupos especiais, tendo origem na II Guerra dos Boêres. Do lado do Eixo podemos citar o grupo de pára-quedistas alemães que utilizavam de técnicas de guerrilha assim como a Waffen-SS. Já do lado Aliado os ingleses criaram tropas especiais de assalto com objetivo de lutar dentro do território inimigo, realizando sabotagens, emboscadas e cortando comunicação ou suprimentos. O mais famoso, e em atividade até os dias de hoje, é o SAS (Special Air Service).
Após o sucesso na Segunda Guerra Mundial surgiram outros grupos especiais, tais como a Delta Force (USA), Navy SEALs (USA), Forças Especiais do Exército Brasileiro, GRUMEC (Brasil), GROM (Polônia), Specnaz (Rússia), entre outros.
Tendo inspiração nos grupos militares, no final dos anos 60 surgiram os primeiros grupos especiais de natureza policial em virtude da necessidade de combater ameaças causadas por veteranos de guerra, portadores de algum desequilíbrio emocional que, por vezes e sem razão aparente, efetuavam disparos contra civis ou policiais utilizando armamento de grande poder ofensivo. Um dos primeiros grupos criados foi a SWAT (Special Weapons and Tactics) nos Estados Unidos, mas podemos ainda citar outros grupos policiais de operações especiais espalhados pelo mundo como o COT (Comando de Operações Táticas da Polícia Federal) no Brasil, o GSG9 (Grenzschutzgruppe9) na Alemanha, o GIGN (Groupe d’Intervention de La Gendarmerie Nationale) na França, o GEO (Grupo Especial de Operaciones) na Espanha, etc...
Conceitos.
Os grupos de operações especiais trabalham sob o conceito de que um pequeno número de homens altamente treinados e com armamento diversificado é capaz de enfrentar, com sucesso, grupos bem maiores tendo as chamada superioridade relativa.
A superioridade relativa é aplicada quando utilizamos de princípios como surpresa, simplicidade, sigilo, repetição, segurança, mobilidade rapidez, comprometimento e voluntariado.
A surpresa trata da importância da ação acontecer em momento inesperado para o inimigo, pegando-o desprevenido e causando desequilíbrio, fazendo com que toda estrutura, biológica ou física, entre em colapso.
A simplicidade consiste na elaboração de um plano claro, simples e de fácil execução, abrangendo um número limitado de objetivos e, necessariamente, tendo o conhecimento de todo o grupo.    
O sigilo é fundamental para o êxito da missão, está ligado diretamente ao fator surpresa.
A repetição relaciona-se com a fase de preparação, toda a ação planejada deverá ser treinada até que todos os integrantes a realizem automaticamente.
A segurança deve ser levada em conta desde o planejamento até a execução final, qualquer vazamento de informação poderá comprometer a segurança de toda operação e de seus integrantes.
A mobilidade é uma grande vantagem de um grupo reduzido, esse pode ser facilmente transportado, com certa descrição e os itinerários podem sofrer alterações sem maiores dificuldades.
A rapidez está ligada ao sucesso da missão, quanto mais rapidamente o confronto for resolvido menor é o risco da quebra de superioridade relativa. Porém, não devemos confundir rapidez com velocidade, velocidade é basicamente o espaço percorrido em determinado espaço de tempo e rapidez implica na velocidade ideal para que sejam alcançados os objetivos de surpresa dentro dos padrões de técnica e segurança.
Outra grande vantagem de pequenos grupos é a independência. Em grupos de operações Especiais, devido o seu treinamento e natureza das missões, podem trabalhar de forma independente, facilitando a tomada de decisões e execução das ações.
Por fim, e talvez os mais importantes dos fundamentos são o comprometimento e o voluntariado, já que os integrantes de um grupo de operações especiais precisam se comprometer com seus pares e com a missão, devem estar consciente de como será executada a ação e seus objetivos e assim, adentrando um grupo apenas sobre livre voluntariado, a partir do momento que um membro é obrigado a ingressar em um grupo ou nele ser obrigado a permanecer o voluntariado se perde e assim, o desempenho e o comprometimento também.
 Mandamentos dos Operadores Especiais.
1-      Agressividade controlada;
2-      Controle emocional;
3-      Disciplina consciente;
4-      Espírito de corpo;
5-      Flexibilidade;
6-      Honestidade;
7-      Iniciativa;
8-      Lealdade;
9-      Liderança;
10-   Perseverança;
11-   Versatilidade.

Inside the Crosshairs



Para começar meu blog com pé direito vou postar aqui um documentário da History Channel chamado "Sniper - Inside the Crosshairs"

Inside the Crosshairs fala sobre alguns snipers de conflitos modernos (Vietnam, Iraq e Afeganistão) e suas proezas, tais como: 16 mortos em 25 segundos, tiro de 2,43km com uma TAC-50, etc...

Vocês podem encontrar o documentário AQUI no youtube ou AQUI em alta definição.